CULTURA

Alepa aprova PL que reconhece como Patrimônio Imaterial saberes das “mulheres fazedeiras de cuia” no Pará

O PL busca a valorização do trabalho artesanal, além de reconhecer a história e habilidade das Fazedeiras de Cuia no Pará

Foi aprovado na Assembleia Legislativa do Pará (ALEPA), nesta terça-feira (29), o Projeto de Lei (PL) nº393/2022, de autoria do deputado Bordalo (PT),  que reconhece como Patrimônio Cultural de Natureza Material e Imaterial as formas de saberes culturais das “mulheres fazedeiras” na comunidade do Rio Xingu e Rio Quianduba, em Abaetetuba, nordeste paraense.

O objetivo do Projeto de Lei é enaltecer a prática artesanal de confeccionar cuias pelas “mulheres fazedeiras”, com o propósito de exaltar a identidade regional ao salvaguardar expressões culturais muitas vezes negligenciadas. Tais expressões são consideradas essenciais para a manutenção da memória e identidade da localidade, sendo o intuito também de designá-las como parte integrante do patrimônio histórico e cultural do estado do Pará.

As mulheres adeptas da prática de raspagem possuem conhecimentos culturais distintos – Conhecimentos tradicionais transmitidos através de gerações de seus ancestrais – que surgem durante a criação dessas peças artesanais. Esses conhecimentos incorporam elementos compartilhados, derivados principalmente das conexões profundas com os rios e as florestas, representando assim os saberes característicos da região amazônica.

Fica evidente que a atividade de raspagem e produção de cuias é conduzida de forma exclusiva pelas mulheres, seguindo um processo totalmente artesanal. Desde a coleta da matéria-prima até o tingimento das cuias na cor preta, a presença dos homens é esporádica. Crianças (tanto meninos quanto meninas) e adolescentes contribuem de maneira auxiliar em várias etapas do processo (coleta, raspagem, preparação da fita, tingimento e secagem), mas é notável que as meninas desempenham um papel mais proeminente.

Um estudo conduzido pela pesquisadora Luciana Gonçalves de Carvalho, vinculada à Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA), revela que a confecção de cuias remonta ao século XVIII. Esse registro atesta a durabilidade de uma tradição cultural que persiste, sendo exclusivamente conduzida e realizada por mulheres.

Alepa- Bordalo aponta importância do patrimônio

Na alepa, Bordalo ressaltou a importância de salvaguardar esse patrimônio cultural, uma vez que os conhecimentos associados estão se afastando das atenções dos jovens locais. A produção das cuias envolve um minucioso ritual que preserva, acima de tudo, um segredo mantido ao longo de séculos sobre a alquimia natural de um intrincado trabalho artesanal. Esse processo utiliza ingredientes como a tinta do cumaté, uréia, areia e barro, no tingimento e enegrecimento das cuias na região amazônica.

O parlamentar ainda reforça que as fazedeiras de cuia desempenham um papel fundamental na riqueza cultural do Pará. Sua prática tradicional não apenas gera sustento econômico para as artesãs, mas também preserva uma parte significativa da identidade local. 

As cuias produzidas não são apenas recipientes, mas sim portadoras de histórias, tradições e saberes ancestrais. Além disso, essas peças desempenham um papel vital nas manifestações culinárias da região, sendo utilizadas para servir pratos típicos. 

A arte da produção de cuias não apenas enriquece a cultura paraense, mas também serve como um elo vivo entre o passado e o presente, transmitindo a herança cultural para as gerações futuras.


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