MST faz vigília na desocupação da Fazenda Santa Tereza

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(Texto e fotos: Filippe Bastos/ Comissão de Direitos Humanos da Alepa)

Reunido em vigília em torno da desocupação do acampamento Hugo Chávez, na Fazenda Santa Tereza, em Marabá, o Movimento de Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) dá uma aula de dignidade. Desde a madrugada do dia 13, as 300 famílias iniciaram a desmontagem de seus barracos. Às 7 horas da manhã, com a chegada da tropa do Comando de Missões Especiais, sob o comando do coronel Queiroz, em apoio aos oficiais de justiça da Vara Agrária de Marabá, todos os acampados montaram barricada na entrada do acampamento e instalaram uma roda de negociação com os oficiais de justiça, com a finalidade de esclarecer as condições da desocupação pacífica em resistência.


Dispensaram caminhões e qualquer apoio do fazendeiro Rafael Saldanha, exigiram a montagem de posto avançado de vigilância da PM sobre os pistoleiros e funcionários do fazendeiro – que na segunda-feira (11) promoveram mais um atentado a bala contra os acampados -, exigiram que o respeito aos acampados fosse mantido por parte da tropa, uma vez que na desocupação do acampamento Helenira Rezende, na Fazenda Cedro, foram registradas ofensas de policiais aos sem-terra. Ao obterem resposta positiva quanto às demandas, os acampados perfilaram-se, formando um corredor para receber a polícia, que vinha garantir o direito de Rafael Saldanha em detrimento da Justiça.


Entoando os cânticos do movimento, receberam a polícia e seguiram em marcha até o interior do acampamento, onde muitos barracos já estavam desmontados. A preocupação dos acampados passou a ser com a operação de desmonte e o cuidado com tudo que tem valor para o reacampamento, em lugar ainda incerto: palha para cobertura, lâminas de metal, lâminas de PVC, pedaços de lona, além de vigas, esteios, cavacos, tábuas, pranchas e varas.


Formou-se assembleia para dividir tarefas e definir brigadas de desmonte, carregamento de caminhões, alimentação, comunicação, registro e negociação constante com os oficiais de justiça. Organização, resiliência, paciência e, principalmente, firmeza de propósito. Enquanto esteja tudo bem, a experiência ensinou que a pressão e o desrespeito contra os desalojados costuma acontecer no final do dia, quando a paciência dos policiais se esgota.


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Leia a seguir a nota oficial do MST: 

No dia de hoje, sob chuva e frio, o Comando de Missões Especiais- CME chegou ao acampamento Hugo Chávez para efetuar o despejo das 300 famílias que ali moram. Esse é mais um despejo dentre os 20 programados na região, todos eles expedido pelo juiz Amarildo Mazzuti da Vara Agraria de Marabá.

Faltando 10 dias para o natal as famílias não têm para onde ir, e as crianças não terão como terminar o ano letivo. O governo do estado, assim como os demais órgãos públicos não se posicionaram sobre a situação de violação de direitos humanos e não propuseram nenhuma alternativa para solução do conflito. As famílias resistiram até o último momento, não podendo mais segurar a situação optaram por iniciar o desmonte dos barracos. Nesse momento, as famílias estão organizando um acampamento provisório, em uma área próxima que está localizada no assentamento do MST.

Nos últimos dias, os acampados sofreram ataques dos pistoleiros, o que gerou uma grande mobilização de amigos e organizações que prestaram solidariedade e abriram mais uma vez o debate sobre a situação fundiária e a violência na região. 

O MST agradece a centena de gestos de solidariedade do Brasil e do exterior e reitera seu compromisso com as famílias sem terra na luta pela Reforma Agrária e pela justiça social, e que não vão desistir da área.
Enquanto o latifúndio quer guerra, nós queremos terra!

Direção Estadual do MST

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