Mulheres do campo, da floresta e das águas de várias partes do país saíram dos seus territórios e seguem em direção a Brasília para participar da sexta edição da Marcha das Margaridas, considerado a maior ação de mulheres da América Latina.
Entre os dias 13 e 14 de agosto Brasília irá reunir em um único espaço mulheres quilombolas, camponesas, marisqueiras, extrativistas, quebradeiras de coco, pescadoras e indígenas.
Coordenada pela Confederação Nacional de Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (Contag) a marcha é construída em parceria com os movimentos feministas, centrais sindicais e organizações internacionais.
A primeira marcha ocorreu no ano de 2000, sempre trazendo lemas de reivindicações aos direitos das mulheres do campo. Na sexta edição deste ano o lema é Margaridas na luta por democracia, qualidade e fortalecimento da atuação política das mulheres. Ângela de Jesus, presidenta da Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura do Estado do Pará (FETAGRI), explica que a pauta é de denúncia contra os retrocessos aos direitos das trabalhadoras do campo no atual momento politico e social, mas trazendo também de defesa da Amazônia.
“Em caráter de denúncia também pautando os temas amazônicos como a defesa da floresta, dos nossos territórios. Nós estamos levando nossos eixos temáticos e sensibilizando através das nossas faixas, das nossas bandeiras, aquilo que queremos externalizar para o mundo”, completa.
Ângela estima que somente na região norte mais de 10mil mulheres irão para Brasília, no Pará são mais de três mil mulheres de diversas regiões do estado.
A Marcha das Margaridas homenageia a luta de Margarida Alves, sindicalista brutalmente assassinada por um matador de aluguel em 1983 por defender os direitos dos trabalhadores rurais. Em 2019, completam-se 36 anos de seu assassinato. Até hoje, nenhum acusado por sua morte foi condenado.
Carmen Foro, vice-presidenta da CUT nacional, Central Única dos Trabalhadores, foi uma das mulheres que participou da mobilização da primeira marcha, em 2000, e desde lá só cresce.
“E a marcha vem só crescendo ao longo do tempo. Nossa pauta se consolidando como uma pauta que aponta um caminho de desenvolvimento para o país e inclusivo com as mulheres do campo, da floresta e das águas. E hoje nós temos mulheres que participam dessa marcha inclusive mulheres da cidade, que compreendem que é necessário fazer uma mobilização conjunta”.
Este ano também ocorre a primeira marcha das mulheres indígenas em Brasília, começou no dia 9 e encerra dia 14. No dia 13 haverá o encontro dessas mulheres de várias partes do país. Um encontro de lutas, histórias e saberes.