O deputado Bordalo (PT) apresentou à mesa diretora, nesta terça-feira (26), durante sessão ordinária na Assembleia Legislativa do Pará (ALEPA) o Projeto de Lei que nomeia de Leila Arruda o terminal Hidroviário em Curralinho no arquipélago do Marajó.
Leila Maria Santos de Arruda, 49 anos, foi uma cidadã de Curralinho com uma longa trajetória de luta em defesa das causas sociais e dos direitos humanos. Era pedagoga, fundadora e militante do Movimento de Mulheres Empreendedoras da Amazônia (MOEMA), filiou-se ao partido dos trabalhadores em Curralinho aos 20 anos de idade. Foi candidata a prefeita neste mesmo município nas eleições de 2020.
O Terminal Hidroviário do município localizado ás margens do rio Pará, foi recentemente reconstruído e vai conseguir atender aproximadamente 34 mil habitantes da região. Além de atender vários municípios da região, sabendo que Curralinho é uma região de alto fluxo de pessoas e cargas.
A proposição apresentada por Bordalo busca homenagear essa figura feminina que foi uma das militantes políticas mais expressivas no município. Engajada nas lutas sociais, especialmente nas pautas que buscavam emancipar as mulheres, se destacou por desempenhar um papel político na região, além de ser uma mulher lutadora, mas teve sua vida interrompida precocemente.
Em novembro de 2020, Leila foi brutalmente assassinada dentro da casa em que vivia em Belém, no bairro do Tenoné, pelo seu ex-companheiro Boaventura da Silva. Ele não aceitava o fim do relacionamento e estava separada há três anos, sob medida protetiva e mesmo assim ele a perseguia.
Bordalo registra no Projeto de Lei que o feminicídio de Leila põe à tona a triste realidade de milhares de mulheres brasileiras vítimas de feminicídio, um crime que ceifa a vida de várias mulheres apenas por serem mulheres que estão inseridas em sociedades marcadas pela desigualdade de poder entre os gêneros masculino e feminino e por construções históricas, culturais, econômicas, políticas e sociais discriminatórias.
Bordalo- trabalho pelo fim da violência contra as mulheres

De acordo com o relatório do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, divulgados em edição especial, como alusão ao mês de luta pelos direitos das mulheres, mostram que só em 2021 pelo menos 1.319 feminicídios ocorreram no Brasil, um recuo de 2,4% em relação a 2020 que só nos primeiros 6 meses foram registradas 1.351 mulheres assassinadas.
Ainda em 2021 o Fórum registra que, em média, uma mulher foi vítima de feminicídio a cada 7 horas. E neste mesmo ano, só no Pará, 65 mulheres entraram para as estatísticas.
Bordalo reitera no PL que o legado de Leila Arruda fica registrado na memória das comunidades de Curralinho pelo comprometimento com a melhoria da qualidade de vida das pessoas da região. E ainda reconhece que ela movimentou atividades sociais e semeou projetos que incentivaram a emancipação de mulheres. Como o Movimento Filhas de Leila (MFL) um projeto político social que se propõe a fortalecer a união feminina em Curralinho e ser um instrumento de enfrentamento à violência contra a mulher.