A Comissão de Direitos Humanos e Defesa do Consumidor da Assembleia Legislativa do Pará (Alepa), presidida pelo deputado estadual Carlos Bordalo (PT), realiza, na próxima quinta-feira (25), a partir de 9h, uma Sessão Especial sobre a Clínica Escola para Autismo. O projeto surgiu a partir de emenda parlamentar do deputado Bordalo, no valor de R$ 1,5 milhão, e está sendo construído por um grupo de trabalho que reúne diversas entidades que atuam em prol dos autistas, além da Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra) e secretarias de Assistência Social (Seaster), Saúde (Sespa) e Educação (Seduc). O evento será realizado no Auditório João Batista e é aberto ao público.
O projeto Clínica Escola para Autismo visa garantir formação profissional nas áreas de educação, saúde e serviços públicos, assim como atendimento educacional especializado específico para autismo, com foco no modelo de residência pedagógica e presença de equipe multiprofissional e multidisciplinar, além de acolhimento, atendimento e formação à família do autista e suporte especializado e humanizado de assistência social, saúde e cultura.
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Em 2017, o deputado Bordalo conseguiu aprovar um projeto de indicação ao Governo do Estado para a criação de centros de referência para autistas, assim como a elaboração de uma política estadual voltada às pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). No ano passado, o parlamentar garantiu uma emenda à Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) no valor de R$ 1,5 milhão para a criação da Clínica Escola para Autismo.
Para o deputado Bordalo, a política de tratamento à pessoa com TEA está muito aquém do mínimo razoável. “Não há atenção específica a esses pacientes, e o serviço ofertado está em total desacordo com a legislação. Diante desta realidade, é urgente a necessidade de se apresentar uma medida por parte do poder público estadual para atendimento destas necessidades, com o objetivo de mitigar as consequências deste transtorno, que afeta uma parcela significativa da sociedade paraense”, ressalta o parlamentar.
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) ou autismo refere-se a uma série de condições que envolve comprometimento das habilidades sociais, comportamentos repetitivos, fala e comunicação não-verbal. Não há um autismo, mas muitos tipos, causados por diferentes combinações de influências genéticas e ambientais. O termo “espectro” reflete a ampla variação nos desafios e pontos fortes possuídos por cada pessoa com autismo.
O diagnóstico é fundamental para se definir a necessidade de medicação, assim como o direcionamento do programa de aprendizagem das habilidades básicas de comunicação e relações sociais, já que grande parte dos casos mais comprometidos não conseguirá alcançar este aprendizado sem ajuda profissional especializado. Quando o diagnóstico é feito antes dos 3 anos de idade, as chances dos sinais do autismo reduzirem são de 80%.
Mãe de um menino autista, Cristina Serra é presidente da organização Amora e explica que a implementação de um centro para autismo é importante porque o tratamento a essas pessoas é minucioso.
“O autista precisa ter um atendimento detalhado, sistemático, porque o seu desenvolvimento é baseado em terapias para as quais se exige especialização e capacitação. São metodologias baseadas na área da analise comportamental”, diz ela.
SERVIÇO: Sessão Especial sobre a Clínica Escola para Autismo. Nesta quinta-feira (25), a partir de 9h, no Auditório João Batista da Alepa (Rua do Aveiro, 130, Cidade Velha). Evento aberto ao público.