Publicada no Diário Oficial Nº 35.230 de 2022, na sexta-feira 23 de dezembro, de autoria do deputado Bordalo (PT) foi sancionada pelo Governador Helder Barbalho a Lei Nº 9.769 que denomina de Leila Arruda o terminal hidroviário, localizado no Município de Curralinho, no Arquipélago do Marajó.
A Lei homenageia Leila Maria Santos de Arruda, 49 anos, a qual foi uma cidadã de Curralinho com uma longa trajetória de luta em defesa das causas sociais e dos direitos humanos. Era pedagoga, fundadora e militante do Movimento de Mulheres Empreendedoras da Amazônia (MOEMA), filiou-se ao partido dos trabalhadores em Curralinho aos 20 anos de idade. Foi candidata a prefeita neste mesmo município nas eleições de 2020.
Vítima de violência contra a mulher, teve sua vida brutalmente ceifada em novembro de 2020 pelo seu ex-companheiro Boaventura da Silva. Eles já estavam separados há três anos, Leila estava sob medida protetiva e mesmo assim Boaventura a perseguiu e assassinou Leila.
A Lei Nº 9.769 busca não somente homenagear a uma figura de Leila Arruda que era engajada nas lutas sociais, especialmente nas pautas que buscavam emancipar as mulheres, era destaque em desempenhar um papel político na região, além de ter sido uma mulher lutadora. Tem como foco também chamar atenção aos feminicídios e demais práticas de violência contra a mulher.
De acordo com o relatório do Fórum Brasileiro de Segurança Pública só em 2021 pelo menos 1.319 feminicídios ocorreram no Brasil, um recuo de 2,4% em relação a 2020 que só nos primeiros 6 meses foram registradas 1.351 mulheres assassinadas.
Terminal Hidroviário Leila Arruda

O Terminal Hidroviário do município localizado às margens do rio Pará, foi reconstruído e vai conseguir atender aproximadamente 34 mil habitantes da região. Além de atender vários municípios da região, sabendo que Curralinho é uma região de alto fluxo de pessoas e cargas. O terminal hidroviário Leila Arruda conta com espaço de embarque, carrinhos para transporte de bagagens, salas para órgãos oficiais, banheiros masculino, feminino e para pessoas com deficiência, bebedouro, lanchonete, TV, guarda-volumes e guichês para vendas de passagens.
O legado de Leila Arruda fica registrado na memória das comunidades de Curralinho pelo comprometimento com a melhoria da qualidade de vida das pessoas da região. E ainda reconhece que ela movimentou atividades sociais e semeou projetos que incentivaram a emancipação de mulheres. Como o Movimento Filhas de Leila (MFL) um projeto político social que se propõe a fortalecer a união feminina em Curralinho e ser um instrumento de enfrentamento à violência contra a mulher.