Foto: A reunião foi no auditório do HC, referência em psiquiatria
O Pará está preparado para acolher e realizar atendimento psicossocial à população pós-pandemia da covid-19? Sobre este questionamento, o deputado Bordalo tem se debruçado, juntamente com o Grupo de Trabalho de Saúde Mental da Comissão de Direitos Humanos e Defesa do Consumidor da Assembleia Legislativa do Estado do Pará (CDHDC-Alepa).
O parlamentar, que preside a CDHDC-Alepa, e integrantes do GT, estiveram no Hospital de Clínicas Gaspar Vianna (HC) na tarde de segunda-feira (21) para reunião com os diretores e equipe de profissionais da ala psiquiátrica com o objetivo de verificar quais os problemas que o hospital enfrenta na área, dialogar sobre políticas públicas em saúde mental, fortalecimento institucional e ampliação e aperfeiçoamento da Rede de apoio psicossocial no Pará.
A situação da pandemia e as consequências que a crise sanitária acarretou na saúde mental das pessoas, chamou a atenção do deputado Bordalo, principalmente a sobrecarga que isso poderia ocasionar para o próprio Sistema de Saúde do Estado, o que o levou a trazer o debate sobre as políticas públicas da área para dentro do parlamento.
“O papel do grupo é monitorar como está a política pública de saúde mental no Pará. O grupo vai ajudar a emitir pareceres, recomendações, cuidar de orçamentos públicos, dotações orçamentárias, tanto que o primeiro trabalho desse Grupo de Trabalho foi se debruçar sobre a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). Todos os anos nós deputados precisamos aprovar o orçamento geral do Estado para o ano subsequente. Nós já emitimos uma proposição para inclusão de diretrizes orçamentária no orçamento público específica para o ano que vem”, afirmou o parlamentar.
O GT é composto pela Associação Brasileira de Saúde Mental; Conselho Regional de Psicologia; Conselho de Secretários Municipais de Saúde do Estado do Pará (COSEMS); Conselho Regional de Serviço Social Movimento de Luta Antimanicomial Secretaria de Estado de Saúde Pública; Secretaria Municipal de Belém, Marituba, Marabá, Parauapebas; Hospital de Clínicas Gaspar Viana, Associação Brilho e Luz, Coordenação de Saúde Mental do Estado do Pará.

A clínica psiquiátrica do HC atende urgência e emergência com oferta de 20 leitos disponibilizados e um setor de Internação Breve (SIB) com 40 leitos. De acordo com dados apresentados pela diretora de assistência, Alessandra Leal, em janeiro de 2021 a taxa de ocupação na emergência psiquiátrica foi de 192%; em fevereiro foi de 206%, em março 202% e em abril 217% e em maio 231%.
“Então somos porta aberta, com 20 leitos, mas a gente trabalha com essa porcentagem de 200% acima. Nós temos 40 leitos de internação breve (SIB), 20 masculinos e 20 femininos, e a nossa taxa de ocupação é em torno de 25%, mas nós temos alguns moradores”, conclui Leal.
Belém é o município com mais demanda de pacientes, entre julho e dezembro de 2018 os leitos ocupados representavam 48% de origem da capital paraense, depois de Ananindeua, com 16%.
Como encaminhamento proposto durante a reunião será agendado um encontro com a rede de apoio psicossocial para que seja apresentado os pontos que cada rede tem enfrentado. O deputado e o GT ainda visitaram as dependências da ala da clínica psiquiátrica. Presentes durante a reunião a Dra Ivete Vaz, diretora presidente do Hospital de Clínicas Gaspar Viana, e Dr Carlos Teixeira, médico psiquiátrico e chefe da clínica psiquiátrica.
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