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Prêmio João Canuto a dois paraenses lutadores dos direitos humanos

Mary Lúcia Xavier Cohen, advogada, integra a Comissão Nacional de Direitos Humanos da OAB, a Comissão Estadual de Erradicação ao Trabalho Escravo e Comissão Justiça e Paz e da CNBB Norte 2. Tem se destacado na defesa intransigente dos direitos humanos da população mais desfavorecida do Pará.

Dom José Luís Azcona tem denunciado a violação dos direitos humanos contra mulheres, adolescentes e crianças no arquipélago da ilha do Marajó,  e o tráfico humano. Como bispo acompanhante da Comissão Justiça e Paz da CNBB Norte 2, Dom Azcona fez denúncias sobre a situação alarmante de exploração sexual na região e cobra do poder público providências. Pela sua atuação, é ameaçado de morte

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Neste mês, a CPI do Tráfico Humano da Assembleia Legislativa do Pará irá ao Marajó realizar audiências públicas nos dias 17 e 18 de novembro. Equipes da CPI estarão em Breves dia 13 e em Curralinho, dia 16.

E é de reconhecida atuação no Marajó e no combate ao tráfico humano, um dos premiados ao prêmio João Canuto este ano, o bispo do Marajó Dom José Luís Azcona que, juntamente com a advogada paraense Mary Cohen, receberão o merecido prêmio, concedido a batalhadores dos direitos humanos do país, desde 2004.

O prêmio é uma atividade da ONG Movimento Humanos Direitos, que tem como diretora geral a atriz paraense Dira Paes. Será dia 10 de novembro, na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)/Praia Vermelha, Rio de Janeiro, no Auditório Lemes Lopes, durante o IX Fórum dos Direitos Humanos.

Neste ano, oito pessoas serão premiadas, dentre as quais a advogada Mary Cohen e Dom José Azcona e o prêmio é concedido a quem tem luta reconhecida pelos direitos humanos. Este ano receberão o Prêmio João Canuto, dentre outros, Débora Noal, Médicos sem Fonteira, Associação Mineira do Ministério Público e Marcos Palmeira, cada uma com sua atividade em prol da luta dos direitos humanos.

Quem foi João Canuto

Após várias ameaças de morte, o dirigente sindical, João Canuto, foi assassinado com 18 tiros, no dia 18 de dezembro de 1985. Ele era perseguido principalmente por sua luta pela reforma agrária. O crime foi planejado por um grupo de fazendeiros do sul do Pará, entre eles Adilson Carvalho Laranjeira, fazendeiro e prefeito de Rio Maria na ocasião do assassinato, e Vantuir Gonçalves de Paula. O inquérito foi concluído oito anos após a ocorrência do crime. A denúncia foi feita pelo Ministério Público apenas em 1996. Um ano depois, sob ameaça da Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA (Organização dos Estados Americanos) de condenar o governo brasileiro pela demora na apuração dos fatos, o andamento do processo foi agilizado. Em 1999, o Brasil foi condenado pela Comissão Interamericana devido à lentidão na apuração do caso. Sob pressão de organizações de direitos humanos, em 2001, os dois acusados foram pronunciados como mandantes do assassinato.

Vale ressaltar, entretanto, que a perseguição e violência contra os trabalhadores rurais continuam na região. Cinco anos após a morte de Canuto três de seus filhos, Orlando, José e Paulo, foram seqüestrados e dois deles foram assassinados. Orlando sobreviveu, mas ficou gravemente ferido. Expedito Ribeiro, sucessor de Canuto na presidência do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, foi assassinado em 2 de fevereiro de 1991. Um mês depois, Carlos Cabral, sucessor de Ribeiro e genro de Canuto, foi ferido num atentado a bala.

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