A greve dos rodoviários de Belém, Ananindeua e Marituba, que durou cinco dias, expôs a situação precária dos trabalhadores do transporte urbano público na Região Metropolitana da capital paraense. A greve acabou nesta segunda-feira (23), após assembleia geral da categoria, no bairro de São Brás. Os trabalhadores acataram a proposta apresentada pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT-8) e Ministério Público do Trabalho (MPT).
A situação dos trabalhadores rodoviários é crítica: salários baixos, jornada de trabalho abusiva e péssimas condições de trabalho são alguns dos problemas vivenciados por esta categoria profissional que, de forma legítima, lutava por um reajuste de 10%, retorno da jornada de 6h20 com uma hora de descanso, vale alimentação de R$ 600 e plano de saúde, além da implantação do pontos biométricos nos finais de linha, para controlar a real jornada dos rodoviários e acabar com a exploração.
É importante ressaltar que com a consolidação do golpe político, parlamentar, jurídico e midiático no Brasil em 2016 e a implantação da agenda neoliberal de retirada e restrições de direitos humanos, trabalhistas, sociais e sindicais, levada a cabo pelo presidente ilegítimo Michel Temer, a classe trabalhadora enfrenta o desafio da resistência e luta por manutenção e garantia de direitos aos trabalhadores e trabalhadoras.
É mais do que justa a pauta de reivindicações de reajuste salarial e a redução da jornada de trabalho. Essa luta contra a precarização das condições de trabalho dos rodoviários está em consonância com a luta contra a reforma trabalhista.
No entanto, apesar da reivindicação legítima, foi mantida a carga horária de oito horas diárias. A vitória foi a implantação de ponto biométrico, que deverá ser instalado num prazo de cinco meses por todas as empresas, até o número de 150 carros. Os demais devem ser instalados em até dez meses, começando pelos pontos de parada que possuam maior número de veículos. Também foi atualizado o salário dos trabalhadores com base no INPC e adquiridos os seguintes benefícios: Auxílio Clínica, Centro de Formação e Ticket Alimentação com aumento de 1% acima da inflação.