Nas localidades rurais e comunidades que possuem energia fixa as oscilações têm prejudicado educação pública, como relata o professor Vinícius Nascimento, que leciona há 11 anos nas vilas e comunidades rurais de Cametá pelo Sistema Modular de Ensino (SOME). “Quando o problema ocorre os alunos precisam voltar para suas casas, localizadas em áreas longínquas”.
Ao final questionou. “O que vocês [representantes da Celpa Equatorial] podem fazer para resolver este problema de falta de energia nas vilas? A educação pública desse município está sendo prejudicada e a culpa é da Celpa”.
O mesmo problema também é presente em Limoeiro do Ajuru. O vereador João Barbosa, presidente da Câmara do município, disse a queda de energia já danificou aparelhos eletrônicos de sua residência. “Em Limoeiro não conseguimos assistir televisão devido a constante queda de energia”.
Yuri Salame, representante da Celpa Equatorial, justificou que em Limoeiro “a rede foi projetada para atender cerca de cinco mil consumidores, contudo a ligação de forma irregular impacta na tensão que chega ao consumidor, chegando a limite inferior e gerando todo esse transtorno”.
Ainda segundo Salame a rede no município tem passado por manutenção preventiva e “está previsto o cadastramento e regularização das redes que estão de forma irregular; um novo alimentador para a cidade e o atual será destinado a atender a área rural e assim avaliamos que não haverá tanta oscilação de energia”, justificou.
O coordenador do Núcleo de Defesa do Consumidor, defensor público Cássio Bitar, informou que das 8.160 atendimentos e reclamações realizadas em 2018, 4.483 era referente à energia elétrica, o que representa um percentual de 55%. Bitar comentou que das reclamações, 59% estão relacionadas à recuperação de consumo, prevista na Resolução 414/2010.
Na avaliação do defensor publico é necessário revisar a política de recuperação de consumo. No Pará foi criado um Grupo de Estudo para apresentar uma proposta à Comissão Senado do Futuro o projeto de atualização e modernização da Resolução 414/2010 que trata do assunto.