É de dar pena o artigo escrito neste domingo para o Estadão, e reproduzido no Liberal, pelo magoado, amoado, despeitado (e esquecido) ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (leia as duas notas abaixo). Realmente, pior do que ser abandonado pelos filhos num asilo, só mesmo a indiferença popular com o outrora vaidoso “príncipe da sociologia”.
Na argumentação de Para Onde Vamos? o velho FHC traz elementos que faço questão de responder:
“Por que fazer o Congresso engolir, sem tempo para respirar, uma mudança na legislação do petróleo mal explicada, mal-ajambrada?”
– Para que o Pré-Sal sirva ao desenvolvimento da educação básica, inovação tecnológica, saneamento entre outras e não para engordar o bolso de empresas privadas estrangeiras como as que assessoram o PSDB na natimorta, sem foco e propósito CPI da Petrobrás.
“Por que anunciar quem venceu a concorrência para a compra de aviões militares, se o processo de seleção não terminou?”
– Para forçarmos o barateamento de preços e a garantia da transferência tecnológica, pois, ao contrário da sua “teoria”, não acreditamos em “desenvolvimento dependente”.
“Por que antecipar a campanha eleitoral e, sem nenhum pudor, passear pelo Brasil à custa do Tesouro (tirando dinheiro do seu, do meu, do nosso bolso…) exibindo uma candidata claudicante?”
– O Supremo em julgamento indeferiu esse discurso eleitoreiro expresso em ação de justiça protocolada pelos demos-tucanos. Campanha fora de época é José Serra visitar o Nordeste sendo governador de São Paulo e a escandalosa campanha publicitária nacional da SABESP. Dilma cumpre agenda de governo. Agora se as obras saem do papel e aterrorizam o senhor, é outra história.
“Por que, na política externa, esquecer-se de que no Irã há forças democráticas, muçulmanas inclusive, que lutam contra Ahmadinejad e fazer mesuras a quem não se preocupa com a paz ou os direitos humanos?”
– “Forças democráticas” amplamente derrotadas nas urnas. Ademais o líder dessa oposição foi primeiro-ministro de Komeini. Mas, o que importa mesmo é o Brasil seguir diversificando seu comércio exterior para acumularmos reservas ainda mais recordistas do que temos e seguirmos no caminho da prosperidade econômica com justiça social. O tempo do monopólio comercial com EUA e UE acabou em 2002, quando seu candidato foi fragorosamente derrotado pelo povo.