A outra cena foi o deferimento do Ministro Gilmar Mendes, presidente do Supremo, do pedido da senadora do latifúndio, Kátia Abreu, de intervenção Federal no Pará, motivada pelas reintegrações de posse que insiste em dizer que são descumpridas.
Já é claro para a população que a governadora Ana Júlia construiu um planejamento de execução de reintegrações de posse: dos 173 mandatos de reintegração de posse recebidos dos anos neoliberais, restam apenas 63. Foi assim que saímos de campeões de violência no campo para campeões em redução desta violência e estamos encaminhando o mais vasto programa de regularização fundiária da história do Pará, para combater o verdadeiro problema do meio rural paraense, que enseja tanto os conflitos quanto a instabilidade para investimentos: a griulagem. Para se ter idéia, os 6.102 títulos de terra registrados nos cartórios imobiliários estaduais que possuem irregularidades somam 110 milhões de hectares, equivalentes ao próprio Estado do Pará em áreas usurpadas do Poder Público.
O que incomoda a senadora é que além de não mais tratarmos os movimentos sociais do campo na base da metralhadora, como seu aliado Almir Gabriel tratou em 1996, no abominável Massacre de Eldorado dos Carajás, o MST comprou briga com a fazenda do banqueiro Daniel Dantas, patrão da senadora do Tocantins, questionando uma propriedade licenciada para plantar castanha, mas que desenvolvia atividade pecuária.
O curioso é que o presidente do STF tenha solicitado, na quinta-feira passada, informações ao Tribunal de Justiça do Pará sobre a governadora Ana Júlia Carepa (PT) para decidir sobre esse pedido de intervenção federal no Estado. Sem motivos reais para isso, assim ele só confirma o noticiário maldoso que o associa também, como subalterno, a Dantas, inclusive um deles informou recentemente de um final de semana que o ministro e o banqueiro passaram juntos.
Bem que os deputados e senadores do PSDB paraense poderiam fazer uma viagem amistosa como a que fizeram a Sérgio Guerra mas, dessa vez, ao invés de brigarem inultimente para ver quem será batido pelo PT em 2010 e qual o responsável pela segunda derrota (neste caso o presidente do partido), poderiam defender os interesses dos paraenses.