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MST prepara Jornada Nacional de Lutas

O
Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) está preparando mais uma
edição da Jornada Nacional de Lutas, com ações espalhadas por todo o país,
neste próximo mês de abril. No Pará, a mobilização inclui o Acampamento da
Juventude, em Eldorado dos Carajás; um acampamento em Belém, no Mercado de São
Braz; e a Jornada Universitária de Apoio à Reforma Agrária, na Universidade
Federal do Pará (UFPA). Na última quinta-feira (30), representantes do MST
estiveram no gabinete do deputado Carlos Bordalo (PT), na Assembleia
Legislativa do Pará, para divulgar as próximas ações do movimento.
A
Jornada de Lutas tem o objetivo de reafirmar a principal bandeira do movimento,
a luta pela reforma agrária, chamando a atenção da sociedade para a crescente
criminalização dos movimentos sociais. Segundo Ulisses Manaças, líder do MST no
Pará, atualmente existem 17 militantes presos e mais de 20 respondendo a
processos judiciais em todo o Brasil. A região amazônica, marcada
historicamente pelos latifúndios e pelo incentivo governamental a grandes
projetos que geram profundos impactos ambientais, tem sido palco de graves
conflitos, muitos deles resultando na perseguição e no assassinato de líderes
do MST.   
“Grandes
companhias como a Vale são contra os assentamentos e tentam forçar os
agricultores a vender suas terras, utilizando todo tipo de persuasão, desde a
construção de cercas para isolar os trabalhadores e impedir que tenham acesso à
água, por exemplo, até agressões, como vimos recentemente em Parauapebas”,
explica Ulisses.
A
Jornada Nacional de Lutas será realizada de 10 a 17 de abril. Uma das
principais ações é o Acampamento da Juventude, em Eldorado dos Carajás, onde 19
trabalhadores rurais foram mortos pela polícia militar, em 17 de abril de 1996.
Segundo a Anistia Internacional, em duas décadas após o episódio, mais 271
trabalhadores rurais e lideranças foram assassinados somente no Estado do Pará.
 
O
Acampamento da Juventude reúne anualmente cerca de 300 jovens, numa programação
intensa de formação política, incluindo mesas, debates, oficinas, atividades
culturais e visita ao assentamento do MST na área.
Entre
os dias 13 e 17 de abril, uma delegação ficará acampada em Belém, no Mercado de
São Braz, realizando diversas atividades, com destaque para a Feira da Reforma Agrária
e a participação de grupos culturais. “Essa programação é uma forma de nos
aproximar da sociedade e mostrar as experiências positivas resultantes dos
assentamentos”, explica Ulisses.
Na
segunda-feira, dia 17, representantes do MST se reúnem com o Governo do Estado
para cobrar compromissos firmados e ainda não cumpridos na pauta de
regularização dos assentamentos no Pará. Ulisses Manaças explica que algumas
áreas, como o Assentamento Chico Mendes, em Benevides, já estão ocupadas pelos
agricultores há mais de dez anos, com produção organizada de hortaliças que
abastecem a Região Metropolitana de Belém. “No entanto, essas terras ainda são
alvo de disputa pela falta de regularização”, resume.
A 4ª
Jornada Universitária de Apoio à Reforma Agrária será realizada nos dias 24 e
25 de abril, reunindo debates, oficinas e atividades culturais no Vadião da
UFPA. Esse será o terceiro ano da programação, que em 2016 foi realizada em
mais de 60 universidades brasileiras.

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