Fonte: CartaCapital
A aprovação do Projeto de Lei 4330 na Câmara,
que trata da terceirização de todas as tarefas de uma empresa,
contou com o significativo peso da “bancada patronal”, formada por deputados
federais que são proprietários de estabelecimentos comerciais, industriais, de
prestação de serviço ou do segmento rural e tem como pauta a defesa do chamado
setor produtivo.
A aprovação do Projeto de Lei 4330 na Câmara,
que trata da terceirização de todas as tarefas de uma empresa,
contou com o significativo peso da “bancada patronal”, formada por deputados
federais que são proprietários de estabelecimentos comerciais, industriais, de
prestação de serviço ou do segmento rural e tem como pauta a defesa do chamado
setor produtivo.
Dos 324 votos a favor do PL-4330, 164 (50%)
vieram de parlamentares do bloco empresarial da Câmara. O levantamento de CartaCapital tem
como base um estudo feito pelo Departamento Intersindical de Assessoria
Parlamentar (Diap), após as eleições de 2014. A entidade fez uma radiografia do Congresso e concluiu
que a maior bancada é a patronal, formada por 221 deputados.
vieram de parlamentares do bloco empresarial da Câmara. O levantamento de CartaCapital tem
como base um estudo feito pelo Departamento Intersindical de Assessoria
Parlamentar (Diap), após as eleições de 2014. A entidade fez uma radiografia do Congresso e concluiu
que a maior bancada é a patronal, formada por 221 deputados.
A votação do projeto de terceirização mostrou que esses
‘patrões’, identificados a partir de suas atividades profissionais, econômicas
e das declarações de bens, tenderam a votar em peso a favor do projeto que, aos
olhos de muitos observadores, retira direitos dos trabalhadores. Dos 221
integrantes da bancada empresarial, 189 participaram da votação do PL-4330.
Cerca de 86% deles (164) foram favoráveis ao texto. Os outros 25 integrantes do
bloco (14%) optaram pelo ‘não’. No geral, contribuíram com apenas 19% dos
votos contrários ao projeto, ante os 50% dos votos pró-terceirização entre o
empresariado.
‘patrões’, identificados a partir de suas atividades profissionais, econômicas
e das declarações de bens, tenderam a votar em peso a favor do projeto que, aos
olhos de muitos observadores, retira direitos dos trabalhadores. Dos 221
integrantes da bancada empresarial, 189 participaram da votação do PL-4330.
Cerca de 86% deles (164) foram favoráveis ao texto. Os outros 25 integrantes do
bloco (14%) optaram pelo ‘não’. No geral, contribuíram com apenas 19% dos
votos contrários ao projeto, ante os 50% dos votos pró-terceirização entre o
empresariado.
Um dos nomes mais expressivos da bancada empresarial que
garantiu a aprovação do projeto de lei é o do deputado Alfredo Kaefer
(PSDB-PR), o parlamentar mais rico da Câmara na atual legislatura. Kaefer é
dono de um patrimônio de 108,5 milhões de reais, segundo a declaração de bens
divulgada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O tucano tem ações e cotas em
empresas de seguro, previdência privada, jornais e até o frigorífico Diplomata.
Segundo uma reportagem da revista Exame, esta última empresa do
parlamentar ficou sem pagar Fundo de Garantia, 13º e, inclusive, salários para
seus trabalhadores em 2013.
garantiu a aprovação do projeto de lei é o do deputado Alfredo Kaefer
(PSDB-PR), o parlamentar mais rico da Câmara na atual legislatura. Kaefer é
dono de um patrimônio de 108,5 milhões de reais, segundo a declaração de bens
divulgada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O tucano tem ações e cotas em
empresas de seguro, previdência privada, jornais e até o frigorífico Diplomata.
Segundo uma reportagem da revista Exame, esta última empresa do
parlamentar ficou sem pagar Fundo de Garantia, 13º e, inclusive, salários para
seus trabalhadores em 2013.
Na
Bahia, um dos deputados que votou no projeto de lei e pode ser beneficiado
direto da nova legislação é o deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA). Com mais de
7 milhões de reais em bens, o parlamentar atua principalmente no ramo da
agricultura. Ele tem participação em dezenas de fazendas no seu estado natal,
além de cotas em uma empresa do setor imobiliário e num posto de gasolina.
Bahia, um dos deputados que votou no projeto de lei e pode ser beneficiado
direto da nova legislação é o deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA). Com mais de
7 milhões de reais em bens, o parlamentar atua principalmente no ramo da
agricultura. Ele tem participação em dezenas de fazendas no seu estado natal,
além de cotas em uma empresa do setor imobiliário e num posto de gasolina.
Também empresário do campo, no ramo da monocultura, o
deputado Luiz Carlos Heinze (PP-RS) é um favoráveis à terceirização. Investigado na Operação Lava Jato, o parlamentar possui quase
8 milhões de reais de patrimônio, constituído basicamente de propriedades no
município de São Borja, cidade localizada a quase 600 quilômetros de Porto
Alegre, no Rio Grande do Sul.
deputado Luiz Carlos Heinze (PP-RS) é um favoráveis à terceirização. Investigado na Operação Lava Jato, o parlamentar possui quase
8 milhões de reais de patrimônio, constituído basicamente de propriedades no
município de São Borja, cidade localizada a quase 600 quilômetros de Porto
Alegre, no Rio Grande do Sul.
Outro tucano que aparece na lista é o deputado Alexandre
Baldy (PSDB-GO). O parlamentar tem um patrimônio de, pelo menos, 4 milhões de
reais. Entre os bens está contabilizado a participação em cinco empresas
diferentes. Além disso, o político é genro de Marcelo Limírio, fundador da
NeoQuímica, e teria tido participação direta no crescimento da indústria nos
últimos anos.
Baldy (PSDB-GO). O parlamentar tem um patrimônio de, pelo menos, 4 milhões de
reais. Entre os bens está contabilizado a participação em cinco empresas
diferentes. Além disso, o político é genro de Marcelo Limírio, fundador da
NeoQuímica, e teria tido participação direta no crescimento da indústria nos
últimos anos.
Sindicalistas derrotados
A
vitória da terceirização na Câmara também revela a fragilidade da bancada
sindical na Casa. Nas eleições de 2014, esse bloco sofreu um duro revés, caindo
de 83 deputados federais para 51, de acordo com dados do Diap.
vitória da terceirização na Câmara também revela a fragilidade da bancada
sindical na Casa. Nas eleições de 2014, esse bloco sofreu um duro revés, caindo
de 83 deputados federais para 51, de acordo com dados do Diap.
Na
votação do PL 4330, os sindicalistas votaram majoritariamente contra o projeto:
37 dos 44 parlamentares presentes (72,5%) rejeitaram o texto, enquanto 7
(15,9%) votaram a favor dele, sendo três do PSDB, Delegado Waldir (GO), João
Campos (GO) e Rogério Marinho (RN); dois do PDT, André Figueiredo (CE) e
Giovani Cherini (RS); e dois do Solidariedade, Augusto Carvalho (DF) e Paulo
Pereira da Silva (SP).
votação do PL 4330, os sindicalistas votaram majoritariamente contra o projeto:
37 dos 44 parlamentares presentes (72,5%) rejeitaram o texto, enquanto 7
(15,9%) votaram a favor dele, sendo três do PSDB, Delegado Waldir (GO), João
Campos (GO) e Rogério Marinho (RN); dois do PDT, André Figueiredo (CE) e
Giovani Cherini (RS); e dois do Solidariedade, Augusto Carvalho (DF) e Paulo
Pereira da Silva (SP).