Por Chico Cavalcante, no Comunicação Militante
Outro dia alguém me mandou uma postagem do Twitter em que Walter Longo, refinado executivo do grupo Young & Rubican, criticava o embaixador Celso Amorim por seu “inglês ruim”. Admiro Longo e me assustei com a pequeneza desse comentário. O linguista Noam Chomsky consideraria isso um hiato cultural ou, em bom português, uma “coisa de colonizado”, que pensa que o domínio da comunicação em língua estrangeira deve eliminar o sotaque, a musicalidade própria de qualquer língua e a historicidade de cada cultura. Se Antonio Banderas pensasse como Longo teria sido, no máximo, motorista de táxi em Miami.
Curioso é que pessoas que reproduzem esse preconceito em relação a brasileiros que falam inglês ou outra língua preservando o sotaque não estranham quando vêem um francês ou um espanhol falar um português cheio da musicalidade própria de sua língua nativa; acham até “charmoso”.
O correspondente da Rede Globo em Buenos Aires, um portenho autêntico, fala 100% portunhol e todos entendem e acham pitoresco. A não ser que você queira ser ator em Hollywood, professor de português no Texas ou controlador de vôo no aeroporto de Nova Iorque, esforçar-se para falar inglês sem nenhum sotaque é pura bobagem.
Os tradutores da ONU, os repórteres franceses ou alemães que cobrem o noticiário internacional falam com sotaque. Todos os embaixadores norte-americanos que passaram pelo Brasil, incluindo aquele que foi sequestrado pelo MR-8, falavam um português sofrível e jamais foram criticados por isso. Outro dia, madrugada adentro, assisti a uma entrevista do homem mais rico do Brasil, Eiki Batista, no canal Bloomberg. O influente milionário mais parecia um russo tentando falar espanhol. E conseguiu dar o seu recado. Sua fluência trôpega não impediu que se comunicasse com o rico mercado onde está ampliando sua fortuna.
Até Caetano Veloso que é a vedete do PSDB disse em seu livro Verdade Tropical que o inglês falado na perifeia mundial é o preço pago pelos americanos pelo colonialismo.
PermalinkNovidade Chiquinho!
PermalinkEsse punhado de cafonas querendo ser ingleses exigem um inglês perfeito, senão eles sentem vergonha por nem todos os brasileiros se arreganharem pra Miami como eles. "A burguesia fede, enquanto houver burguesia não vai haver poesia".
Os embaixadores estudanidenses podem falar com sotaque afinal fazem um "favor" de estarem aqui nos saqueando.
PermalinkPortunhol? Espanol? Cruz credo! Isso é coisa de latinos cucarachas!!
PermalinkDeputado, o Brasil devia sim é ter uma lei igual a da França que obriga a tradução de todo estrangeirismo para a língua local. Quem pensa que é xenofobia ou frescura é ignorante no assunto, pois esse é o melhor meio de defender a cultura de um povo. A língua é nossa pátria, mátria e frátria.
PermalinkDeputado, pq vc não convida o chico pra ser colunista do seu blog? Ele tem idpeias muito boas…
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