Segundo os estudantes, o prédio tem enfrentado problemas graves, que prejudicam o andamento das aulas: infiltrações, goteiras, rede elétrica precária, mofo e ar condicionados quebrados. Segundo o professor Edilon Coelho, a última reforma foi realizada há 20 anos. “Quando chove, falta energia elétrica, a escola fica alagada e no escuro”, disseram os alunos. Algumas salas de aula estão sem energia elétrica há mais de duas semanas.
Mais antiga instituição de ensino do Pará em funcionamento, o Paes de Carvalho tem 2,5 mil alunos divididos em três turnos. “Infelizmente os estudantes não têm muitas chances de ingressar na universidade devido à precariedade da escola, que está literalmente caindo na cabeça dos alunos”, lamentou o professor.
A comissão também denunciou a falta de merenda escolar. “Passamos muito tempo sem merenda e, quando finalmente conseguimos, os alimentos vieram contaminados com larvas”, contou o estudante Eduardo Maciel. “Nossa escola tem cupim, rato e barata. É enorme o descaso com que somos tratados”, completou.
De acordo com o professor Edilon Coelho, a comunidade estudantil já realizou uma série de manifestações, recorrendo outras vezes à Assembleia Legislativa do Pará e também à Secretaria de Estado de Educação (Seduc). “Em janeiro deste ano, ficamos um dia inteiro acampados na Seduc. Nos disseram que o dinheiro para a reforma já havia sido liberado, mas até agora nada aconteceu. Infelizmente, a Seduc promete, mas não cumpre. Estamos cansados”, lamentou.
A biblioteca da escola estava fechada há cinco anos e foi reaberta por iniciativa dos próprios alunos, mas precisa urgentemente de reforma e higienização dos livros e documentos arquivados.
O deputado Carlos Bordalo determinou que a Comissão de Direitos Humanos visite o Paes de Carvalho na próxima semana e reúna todos os documentos necessários para a produção de um dossiê sobre a situação da escola. “Também faremos uma diligência ao colégio para verificar tudo isso de perto. Não posso prometer uma reforma, pois isso não cabe ao poder legislativo, mas me comprometo a reforçar a luta dos estudantes por melhores condições”, disse o parlamentar.