Na última quinta-feira participei da entrega do relatório de conclusão dos trabalhos da CPI da Pedofilia, que apurou a exploração sexual infanto-juvenil no estado do Pará. O relatório foi entregue para todas as autoridades do estado presentes na sessão especial realizada no plenário da Assembleia Legislativa. O relatório possui mais de 232 páginas.
Esta comissão foi criada após aprovação de requerimento de minha autoria em maio de 2008. Neste ano lutei para que a Mesa Diretora da Alepa atendesse meu pedido e consegui no final de 2008. A presidência da Alepa instalou a Comissão e começamos a trabalhar em dezembro de 2008.
Durante 12 meses de trabalho chegamos a registrar 842 casos denunciados no Pará, que envolve desde exploração sexual de menores, até casos efetivamente hediondos de abusos contra crianças, contra bebês. Vimos, de fato, coisas escabrosas.
Nós investigamos 148 casos. Desta forma, concluímos nosso dever, mobilizamos a sociedade, alertamos todos e todas no Pará que esse é um problema grave. Que é um problema supra-partidário, esse não é um problema que mereça ser tratado de uma forma menor, pois trata da nossa juventude, das nossas crianças, do nosso futuro.
Estou muito alegre pela conclusão dos trabalhos, mas também ficou uma tristeza imensa por aquilo que foi constatado. Por isso, deixo aqui meu pedido aos companheiros, prefeitos, vereadores, que vocês fortalecem os conselhos tutelares, pois eles são o esteio e a primeira porta que tem que estar aberta para acolher as denúncias, as reclamações. Quero apelar também para nossas organizações sociais, sindicatos, associações, que fiquem atentos, que denunciem.
Apesar da CPI ter concluído seus trabalhos, vamos criar na Assembleia Legislativa uma sub-comissão permanente na Comissão de Direitos Humanos da Casa para que continue tratando deste problema, para somar força em defesa da nossa infância e da nossa juventude.
Como membro da Comissão e como autor do requerimento que originou a CPI da Pedofilia sinto que o dever foi cumprido, mas, ao mesmo tempo, quero dizer que não descansarei, continuarei lutando a combater esse crime hediondo, praticado muitas vezes no silêncio de quatro paredes, dentro das famílias e que muitas vezes não são nem conhecidos e denunciados. Vamos somar forças porque o Pará pode ser cada vez melhor se a gente lutar por aquilo que acreditamos.
Essa semana foi de muito trabalho. Hoje estarei no município de Cametá cumprindo agenda parlamentar nesta importante região.
