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Celso de Mello não cede à pressão

Diamantina (MG): São sete da noite desta quarta-feira, e acabei de
chegar a esta belíssima cidade onde nasceu Juscelino Kubitschek, por
acaso um presidente da República com a marca de democrata, justo e
libertário, que sofreu nas mãos da imprensa da sua época.



Só agora, depois de viajar o dia inteiro, fiquei sabendo do resultado do
julgamento no STF, com o ministro Celso de Mello, cumprindo sua
palavra, e desempatando o jogo em 6 a 5 a favor da aceitação dos
embargos infringentes e de possíveis novos julgamentos em alguns casos
de 12 réus.




Escrevo no computador do escritório da Pousada
Relíquias do Tempo, um casarão do século 18, de costas para a estátua de
JK e de frente para a catedral, graças à amabilidade dos proprietários
Leonardo e Carmem, que já me ofereceram café, rosquinhas de nata e
biscoito de polvilho.



Para não abusar da gentileza deles, vou ser bastante breve neste texto,
até porque nada tenho a acrescentar àquilo que disse o decano Celso de
Mello ao justificar seu bem fundamentado voto.



A Justiça venceu, apesar do massacre midiático dos últimos dias, como
escrevi no post anterior, e a velha imprensa, mais uma vez, perdeu.



Na paz de Diamantina e seu calçamento de pedras capistranas, onde começa
amanhã o 2º Festival de História, do qual participarei junto com o
historiador britânico Kenneth Maxwell e vários colegas jornalistas
brasileiros, vou apenas registrar, para ficarem na memória deste blog e
dos seus leitores, três frases do ministro Mello:



“O Supremo não pode se sujeitar às pressões das ruas”. Muito menos às chicanas da imprensa, acrescento eu.



“O Tribunal deve julgar com absoluta serenidade e não pode expor-se,
submeter-se, subordinar-se à vontade de maiorias contingentes”.



“Há questões fundamentais que precisam ser conservadas e a vontade
popular não tem poder de anular garantias essenciais e liberdades
fundamentais asseguradas”.



Prometo voltar ao Balaio amanhã, quinta-feira, antes de participar à
tarde do debate com Fernando Morais e Paulo Markun sobre “A História
escrita a quente”. Vida que segue.

Fonte: blog do Miro http://migre.me/g8GlP

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