JUSTIÇA

Bordalo cobra celeridade nas investigações da chacina que vitimou família de ambientalistas

Zé do Lago e a família atuavam na preservação de pequenas tartarugas, os quelônios, no rio Xingu, uma região marcada pela alta dos desmatamentos na Amazônia

Já se passaram aproximadamente dois meses desde o assassinato da família de ambientalistas em São Félix do Xingu, mas o caso continua sem respostas. O deputado Bordalo (PT) apresentou na última terça-feira (22), na Assembleia Legislativa do Pará (ALEPA) uma moção que solicita celeridade nas investigações da chacina, a qual matou a tiros o ambientalista “Zé do Lago”, sua esposa Márcia Nunes e a enteada Joane Nunes no dia 09 de janeiro em Cachoeira do Mucura, zona rural da região.

Bordalo enfatiza no documento que recebeu na Comissão de Direitos Humanos e Defesa do Consumidor da Casa Legislativa, a qual é presidente, denúncias por meio das redes sociais, que até o presente momento não houve qualquer resposta quanto a apuração da chacina que vitimou a família. Segundo informações, o casal vivia há mais de 20 anos em Cachoeira da Mucura, e desenvolvia projetos ambientais de proteção de quelônios, repovoando as águas do Rio Xingu com filhotes de tartarugas anualmente.

O Rio Xingu tem sido atingido no quesito desmatamento e poluição. De acordo com o Sirad X, o sistema de detecção de desmatamento da Rede Xingu, após três anos de monitoramento, foi detectado uma intensificação dos conflitos e disputas por terras e recursos naturais nas Áreas Protegidas do Xingu. Segundo o Instituto Socioambiental, entre 2018 e 2020, ao menos 513,5 mil hectares de desmatamento foram detectados na bacia hidrográfica do Xingu. 

Os assassinatos foram cometidos a 90 quilômetros da zona urbana de São Félix do Xingu, município que tem cerca de 135 mil habitantes. De acordo com a nota da Comissão Pastoral da Terra (CPT), a chacina aconteceu dentro da Área de Proteção Ambiental Triunfo do Xingu.

Para a Comissão Pastoral da Terra (CPT) diante da quantidade de tiros disparados, com o recolhimento de 18 cápsulas das armas utilizadas no crime e como nenhum pertence da família foi furtado, trata-se de uma execução, possivelmente a mando de alguém. Na avaliação da comissão, a forma dos assassinatos surpreendeu a família, não permitindo que nenhuma vítima escapasse, fortalecendo a suspeita de que foi uma execução. 

O Caso

De acordo com informações dos portais notícias, dois corpos foram encontrados no domingo, dia 9 de janeiro de 2022, ao lado da casa onde a família morava, já em estado de decomposição. Já o corpo de Márcia Nunes, a mãe, estava às margens do rio. Todos foram encontrados pelo filho do casal, segundo a Polícia.

A principal suspeita da Polícia é que os suspeitos sejam pistoleiros, mas ninguém foi identificado, até então. A motivação do crime ainda deve ser investigada. Munições foram encontradas no local das mortes. Uma perícia começou a ser realizada na área onde os corpos estavam.

Bordalo- trabalho pelos direitos humanos é garantir a vida

Bordalo enfatiza na proposição que há há relatos de outros ambientalistas que vivem próximos à região, os quais estariam sofrendo ataques, intimidações, ameaças, inclusive aos seus familiares, sendo o episódio mais recente de violência o assassinato da família de Zé do Lago. A violência recorrente nessa região coloca a vida das pessoas que ali residem, em constante perigo, insegurança e risco iminente de perder a vida.  

Dados do relatório “A última linha de defesa”, da ONG Global Witness, divulgado em setembro de 2021 registram que o número de assassinatos de ativistas ligados a causas ambientais bateu um novo recorde em 2020. Em todo o mundo, 227 pessoas foram mortas por defenderem seus territórios, o direito à terra e a preservação do meio ambiente.

O relatório registra também que no ranking global, o Brasil aparece na quarta posição, com 20 assassinatos, atrás de Colômbia (65 mortes), México (30) e Filipinas (29). Já a América Latina foi a região mais letal do mundo para ambientalistas. No total de 227 mortes, 165 foram em países latino-americanos, 72,7% do total. Enquanto no Brasil, boa parte dos crimes (75%) ocorreu na Amazônia e vitimou comunidades indígenas.

O parlamentar enfatiza que há urgência para que os órgãos governamentais e os setores democráticos da sociedade tomem providências para que a violência no campo não avance.

A proposição foi encaminhada ao conhecimento do Gabinete do Governador do Estado do Pará, Casa Civil, Ministério Público Militar, Corregedoria da Policia Civil, Corregedoria da Policia Militar, Câmara Municipal de São Félix do Xingu, Delegacia Geral da Policia Civil, Comando da Policia Militar e a Ordem dos Advogados do Brasil – OAB/PA.


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