Por Paulo Pimenta
Deputado federal-PT
Deputado federal-PT
Muito se discute sobre
o futuro do jornalismo no país e no mundo. Os grandes jornais brasileiros
poderiam dar uma contribuição valiosa a esse debate, mudando o nome da seção
“Erramos” para Mentimos.
o futuro do jornalismo no país e no mundo. Os grandes jornais brasileiros
poderiam dar uma contribuição valiosa a esse debate, mudando o nome da seção
“Erramos” para Mentimos.
Desde que a Presidenta
Dilma Rousseff sancionou a lei do direito de resposta, de autoria do senador
Roberto Requião (PMDB-PR), é possível observar que a seção “Erramos”
dos grandes jornais está mais movimentada, e que o nariz da imprensa brasileira
ficou mais exposto.
Dilma Rousseff sancionou a lei do direito de resposta, de autoria do senador
Roberto Requião (PMDB-PR), é possível observar que a seção “Erramos”
dos grandes jornais está mais movimentada, e que o nariz da imprensa brasileira
ficou mais exposto.
Normalmente, erra quem
pretende acertar. Não é o caso de parte da imprensa brasileira – a chamada
grande mídia, especialmente, quando o PT ou o ex-Presidente Lula são o centro
de suas matérias. Nesses casos, não há qualquer compromisso com a verdade.
pretende acertar. Não é o caso de parte da imprensa brasileira – a chamada
grande mídia, especialmente, quando o PT ou o ex-Presidente Lula são o centro
de suas matérias. Nesses casos, não há qualquer compromisso com a verdade.
Assim, a má-fé corre
solta, declarações são distorcidas e até inventadas, sem qualquer
constrangimento por parte da imprensa. Mente-se por pré-disposição de mentir.
Omite-se por determinação ideológica. E usa-se a autoridade e credibilidade
conferida ao jornalismo para tentar manipular a opinião pública.
solta, declarações são distorcidas e até inventadas, sem qualquer
constrangimento por parte da imprensa. Mente-se por pré-disposição de mentir.
Omite-se por determinação ideológica. E usa-se a autoridade e credibilidade
conferida ao jornalismo para tentar manipular a opinião pública.
Basta o ex-Presidente
Lula abrir a boca para que uma declaração sua seja distorcida, como ocorreu
recentemente quando a Folha de S.Paulo, em uma versão “mal traduzida”
do que dissera Lula em uma entrevista ao jornal espanhol El País,
“errou”. Entre tantos “erros” que a grande imprensa vem
cometendo contra o PT e Lula, nesta sexta-feira (22), o Instituto Lula se viu
obrigado desmentir, mais uma vez, uma falsa informação.
Lula abrir a boca para que uma declaração sua seja distorcida, como ocorreu
recentemente quando a Folha de S.Paulo, em uma versão “mal traduzida”
do que dissera Lula em uma entrevista ao jornal espanhol El País,
“errou”. Entre tantos “erros” que a grande imprensa vem
cometendo contra o PT e Lula, nesta sexta-feira (22), o Instituto Lula se viu
obrigado desmentir, mais uma vez, uma falsa informação.
Dessa vez, a Folha
“errou” dizendo que “Lula foi intimado a prestar novo depoimento
na Operação Zelotes”, aquela operação que iniciou para investigar a
sonegação dos grandes anunciantes da mídia e a corrupção no Carf da Receita
Federal e se transformou numa tentativa de envolver o ex-Presidente Lula por
uma medida provisória que foi editada na época do governo do PSDB, de Fernando
Henrique Cardoso. Lula não foi “intimado” como diz a Folha; ele foi
arrolado como testemunha de defesa.
“errou” dizendo que “Lula foi intimado a prestar novo depoimento
na Operação Zelotes”, aquela operação que iniciou para investigar a
sonegação dos grandes anunciantes da mídia e a corrupção no Carf da Receita
Federal e se transformou numa tentativa de envolver o ex-Presidente Lula por
uma medida provisória que foi editada na época do governo do PSDB, de Fernando
Henrique Cardoso. Lula não foi “intimado” como diz a Folha; ele foi
arrolado como testemunha de defesa.
E quando Lula não
fala? Aí, a grande mídia inventa e lhe atribui declarações ou intenções. Foi o
que ocorreu quando o ex-Presidente esteve em uma reunião fechada com um pequeno
grupo de parlamentares do PT, no final do ano passado, em Brasília. Antes mesmo
de a reunião iniciar, os jornais já alardeavam que Lula estava ali
“costurando acordo com o PT para salvar Cunha”.
fala? Aí, a grande mídia inventa e lhe atribui declarações ou intenções. Foi o
que ocorreu quando o ex-Presidente esteve em uma reunião fechada com um pequeno
grupo de parlamentares do PT, no final do ano passado, em Brasília. Antes mesmo
de a reunião iniciar, os jornais já alardeavam que Lula estava ali
“costurando acordo com o PT para salvar Cunha”.
Como estava presente a
essa reunião, usei o Twitter para desmentir esse desejo da imprensa. De lá para
cá, o PT fechou questão no Conselho de Ética contra o Presidente da Câmara,
Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e as invenções contra Lula, que estamparam as capas
dos principais veículos do país, mais uma vez, não resistiram à prova do tempo.
essa reunião, usei o Twitter para desmentir esse desejo da imprensa. De lá para
cá, o PT fechou questão no Conselho de Ética contra o Presidente da Câmara,
Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e as invenções contra Lula, que estamparam as capas
dos principais veículos do país, mais uma vez, não resistiram à prova do tempo.
Por outro lado, é
difícil recordar algum “erramos” que diga respeito ao PSDB, Fernando
Henrique, Aécio Neves, José Serra ou Geraldo Alckmin. Praticamente não existe.
Curiosamente, os equívocos e gafes contra o PSDB são sempre favoráveis, como do
tipo “podemos tirar se achar melhor”, sugestão para omitir a
informação de que o DNA da corrupção na Petrobrás teve origem no governo FHC.
difícil recordar algum “erramos” que diga respeito ao PSDB, Fernando
Henrique, Aécio Neves, José Serra ou Geraldo Alckmin. Praticamente não existe.
Curiosamente, os equívocos e gafes contra o PSDB são sempre favoráveis, como do
tipo “podemos tirar se achar melhor”, sugestão para omitir a
informação de que o DNA da corrupção na Petrobrás teve origem no governo FHC.
Como em sociedades
arcaicas onde havia a “casta dos intocáveis”, a mídia garante toda
imunidade ao PSDB. Eduardo Azeredo, conhecido como “pai do mensalão”,
sabe bem como isso funciona. Recentemente, a revista Veja dedicou páginas de sua
publicação não para falar do mensalão do PSDB nos governos de Minas Gerais, mas
para se justificar por que não ia tratar do assunto.
arcaicas onde havia a “casta dos intocáveis”, a mídia garante toda
imunidade ao PSDB. Eduardo Azeredo, conhecido como “pai do mensalão”,
sabe bem como isso funciona. Recentemente, a revista Veja dedicou páginas de sua
publicação não para falar do mensalão do PSDB nos governos de Minas Gerais, mas
para se justificar por que não ia tratar do assunto.
O que se vê, mais do
que nunca, é o uso do jornalismo para interferir e deformar a realidade em
favor de alguém ou de algum grupo, sem qualquer compromisso com um jornalismo
como meio de transformação social. Em “O Discurso das Mídias”, o
linguista francês Patrick Charaudeau fala que a “a ideologia do selecionar
faz com que se construa uma imagem fragmentada do espaço público, uma visão
adequada aos objetivos das mídias, mas bem afastada de um reflexo fiel”.
Segundo ele, o objetivo dessa manipulação é a construção de uma opinião pública
alinhada aos valores e aos interesses econômicos e políticos da mídia. “As
mídias não transmitem o que ocorre na realidade social, elas impõem o que
constroem do espaço público”, diz.
que nunca, é o uso do jornalismo para interferir e deformar a realidade em
favor de alguém ou de algum grupo, sem qualquer compromisso com um jornalismo
como meio de transformação social. Em “O Discurso das Mídias”, o
linguista francês Patrick Charaudeau fala que a “a ideologia do selecionar
faz com que se construa uma imagem fragmentada do espaço público, uma visão
adequada aos objetivos das mídias, mas bem afastada de um reflexo fiel”.
Segundo ele, o objetivo dessa manipulação é a construção de uma opinião pública
alinhada aos valores e aos interesses econômicos e políticos da mídia. “As
mídias não transmitem o que ocorre na realidade social, elas impõem o que
constroem do espaço público”, diz.
Enquanto continuar
contaminada e obstinada em criminalizar o Partido dos Trabalhadores e seus
integrantes, parte da imprensa brasileira pouco vai errar, pois não está disposta
a acertar e a realizar uma cobertura honesta.
contaminada e obstinada em criminalizar o Partido dos Trabalhadores e seus
integrantes, parte da imprensa brasileira pouco vai errar, pois não está disposta
a acertar e a realizar uma cobertura honesta.