Açaí com preço para rico e sem incentivo do Estado para produtor ribeirinho sobreviver

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Por Carlos Bordalo

Pesquisa realizada pelo DIEESE/Pará, mostra que o
preço do açaí já sofreu alta de 20% na grande Belém, de janeiro a agosto de
2015, superando a inflação do período.
Quando se analisa apenas o preço do Açaí tipo grosso,
o aumento do preço chega a 23%, com alta acumulada de 1.600% nos últimos 20
anos. Isto é, muito comparado com a inflação do mesmo período de 20 anos que
foi de 373,5% e consegue ser maior que o aumento do salário mínimo que foi de
1.116% em 20 anos.
O problema está na alta procura pelo Açaí. Mas
diferente do que se possa imaginar, esta alta procura não se transforma em
beneficio para o produtor que deveria estar vendendo o açaí a preços mais
competitivos e, por isso, aumentando o preço ao consumidor paraense.
A verdade é que o ribeirinho continua vendendo o
Açaí a um preço muitíssimo inferior ao do mercado. Enquanto a CONAB garante
preço mínimo de R$ 1,11 por quilo do açaí ao produtor, a lata de 14 kg já
chegou a ser comercializada a R$130,00 na entressafra em 2013.
Somente
na Região Metropolitana de Belém, que representa o principal mercado consumidor
do açaí, o consumo per capita é de 55 quilos/ano, mas já alcançou o patamar de
62 quilos/ano por pessoa em 2002.
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Estima-se
que sejam consumidos cerca de 110 mil toneladas de açaí por ano na Região
Metropolitana de Belém, entre os seus mais de 2,1 milhões de habitantes.

Em 2013, a produção Brasileira de Açaí chegou a
202.216 mil toneladas, destas 54% produzidas no Pará. Apesar de ainda ser o
maior produtor de Açaí, o Pará já foi responsável por 87% da produção nacional.
Isto a menos de uma década, ou seja, o baixo crescimento da produção aliado a
alta procura do produto no Brasil, e no mundo, retirou açaí da mesa do paraense,
tornando-o mais caro.
Outro fator que chama é que o Açaí que é mandado aos
demais Estados brasileiros consumidores, agora não passam por Belém.
Estabeleceram-se rotas de distribuição de açaí direto dos centros
regionais.  Abaetetuba e Igarapé-Miri já vendem
o açaí direto para o sul do país. O Amapá e o Maranhão também não se relacionam
mais com o Pará, vendendo açaí direto para o Ceará, que se tornou o maior
exportador do açaí em polpa do Brasil.
Então vivemos uma situação crítica. A demanda
aumentou, a produção aumentou, a exportação aumentou e o açaí sumiu da mesa do
paraense. O pior é que o ribeirinho não se beneficiou desta situação e a
população paga preço de carne bovina pelo açaí.
Devemos reagir rápido, o governo do Pará precisa
rapidamente criar uma política de controle da oferta e da demanda do açaí e
estudar a adoção de uma proibição da saída do Açaí do Pará, de acordo com as
altas do preço para o consumidor.
Toda vez que o Açaí, para o consumo na Região
Metropolitana de Belém, chegar a um valor considerado pelo Dieese absurdo e
impedidor do consumo pela população, o governo deveria editar um Decreto
impedindo a saída do Açaí do Pará, a exemplo do que se faz com o pescado na
Semana Santa.
Mas também é preciso que o ribeirinho, produtor
familiar de açaí, tenha sua capacidade de negociação aumentada visando aumentar
sua margem de ganho sem afetar o preço final do Produto. Para isto, é preciso
que o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Agricultura e Pesca, avance
no apoio a agricultura familiar. Não iremos reverter este quadro caótico, se os
investimentos previstos para os próximos quatro anos previstos no PPA, forem de
apenas 64 milhões para a agricultura familiar.

Ou o governo estimula a produção de Açaí, permitindo
o acesso da agricultura familiar a tecnologias de irrigação, com redução da
alíquota do ICMS para os petrechos, ou então o paraense vai pagar preço de filé
pelo Açaí nosso de cada dia.


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