A crise na segurança Pública no Pará: O que esperar de um governo sem ação?

Sem categoria
Blog do Bordalo plenC3A1rio2
Por Carlos Bordalo

São os momentos de grande dificuldade que nos definem.
Quando a crise se instala, é que vemos quem são os líderes de verdade e quem
são os oportunistas que estão acoplados ao poder, apenas para a satisfação de
interesses de grupos que se forma em torno do poder.

Neste momento, o Pará passa por sua maior crise de
segurança pública. Desde janeiro, o Parlamento do Pará provou e comprovou a existência
de milícias no Estado. Em outra oportunidade, a Assembleia Legislativa já havia
provado a existência de redes internacionais de tráfico de pessoas e de
exploração sexual de crianças e adolescentes. Era de se esperar que o executivo
tomasse as rédeas do processo e voltasse suas atenções para coibir estas
práticas criminosas.

Ficamos todos a espera de uma ação contundente, mas ela
não veio. Sete meses depois, as mães dos 10 rapazes mortos na Chacina da Terra
Firme esperam por uma explicação para a morte de seus filhos,  mas até agora  nada. Nós sabemos que o policial morto naquele
episódio foi assassinado em razão das suas atividades milicianas, nós sabemos
que 15 policiais em serviço ajudaram na execução dos 10 rapazes mortos, mas nós
não sabemos quem matou os rapazes. Será que isso tem a ver com os fatos
estampados nos jornais de maior circulação do Estado nos últimos dias?

Cito a reportagem de domingo do jornal Diário do Pará, em
que membros do Sistema de Segurança Pública do Estado e especialistas em
Segurança Pública, afirmam categoricamente que o Primeiro Comando da Capital, o
famigerado PCC, opera em Belém e no Estado a partir das casas penais e cita o
PEM III, em Marituba, como o quartel general das operações da facção criminosa
no Pará.

Nas palavras do Delegado da DRCO “A
gente fica o tempo todo monitorando. Todas as cadeias se comunicam. Toda cadeia
sempre tem instalado o PCC. Aqui no Pará seria no PEM III, que é de segurança
máxima’’
. Ele ainda revela que o PCC
está instalado no Pará há oito anos.

Ontem, em matéria publicada no Jornal “O Liberal” o Juiz
Flávio Sanchez confirma todo o relatório final da CPI das Milícias, ao afirmar
que investigações no âmbito de diversos processos que correm em segredo sob sua
guarda, referem-se a atividades milicianas nos territórios da Jurunas,
Cremação, Guamá, Terra Firme e Marco.

Na sexta feira, dia 5 de junho, a DRCO desarticulou um
grupo criminoso liderado por policiais militares com treinamento tático
especializado em roubo a bancos e arrombamento de caixas eletrônicos.

Diante deste calamitoso quadro, o que deveríamos esperar
do Governo? Que tomasse uma atitude audaciosa e convocasse a sociedade paraense
e as instituições para um Pacto pela Segurança Pública; determinasse a ocupação
dos territórios tomados pelo crime, inundasse estas áreas de políticas públicas
inclusivas, implantando praças, ampliando a iluminação pública, mantendo as
escolas abertas para atividades lúdicas e esportivas aos finais de semana,
potencializando os CRAS das prefeituras nas áreas problemáticas.

Mas, ao invés disto, o Governador vai ao Jornal procurar
culpados, recomenda as pessoas que saiam sem seus pertences, sem celular, sem
dinheiro. Tudo é motivo para críticas. Se um jornal noticia uma morte violenta,
a culpa da insegurança é do jornal, que deveria ter se furtado a reportar o
crime.

Para o governador, humildade e reconhecimento de suas
dificuldades é fraqueza. Não percebe que poderia dignificar-se se pedisse ajuda
federal. Ao contrário, prefere desqualificar o apoio federal, o mesmo apoio que
traz resultados significativos na Paraíba, do Tucano Cassio Cunha Lima, e no
vizinho Maranhão, do Comunista Flávio Dino. 
Funciona porque o remédio para
segurança pública não é ideologia, é ação concreta.

Por isso, a professora
Haydée Caruso, pesquisadora do Núcleo de Estudos sobre Violência e Segurança da
Universidade de Brasília, chama de “Epidêmica”
a violência no Pará. Ela afirma categoricamente que o Estado se recusou a
integrar-se ao planejamento do Ministério da Justiça. Sua afirmação é agora
confirmada pelas palavras do próprio governador.

O artigo foi tema de meu pronunciamento na Tribuna da Alepa

Curtiu? Compartilhe com os amigos!

Posts Relacionados

Leave a Comment

Notícias sobre a atuação parlamentar do Deputado Estadual Carlos Bordalo (PT), presidente da Comissão de Direitos Humanos e Defesa do Consumidor da Assembleia Legislativa do Pará.

Email: dep.bordalo@alepa.gov.pa
Contato comunicação: bordalo13@gmail.com
Whatsapp: (91) 99319 8959

Gabinete: Assembleia Legislativa do Estado do Pará – Rua do Aveiro,130 – Praça Dom Pedro II, Cidade Velha – 66020-070 3° andar
Fone: 55 91 3182 8419 (ramal: 4368)

Copyright © 2019 Deputado Bordalo. Todos os Direitos Reservados.

Pular para o conteúdo